
GEFM
Grupo Espírita Flor de Maio.

Ciganos
Origem dos Ciganos
Há muita controvérsia a respeito da verdadeira origem do povo cigano. Segundo uns seriam eles originários da Índia, já outros atribuem sua origem ao Egito; há ainda os que afirmam que eles sejam descendentes de Caim. O que se sabe, quase ao certo, é que sua história remonta há mais de 5.000 anos.
Na verdade é bastante difícil precisar sua origem, por se trata de um povo que, além de não possuir linguagem escrita – o que permitiria a criação de registros para consulta – eles também foram perseguidos através dos tempos, por questões étnicas, políticas e religiosas. Pode ser até essa a razão de não haver história escrita – na falta de documentos, a perseguição não teria “provas materiais” para acusá-los. Por tudo isso os ciganos buscaram no mistério uma forma de se preservar e perpetuar, chegando até os dias atuais com uma história “provável”, cheia de versões divergentes, mas todas elas envoltas em lendas, histórias e verdades.
Muitas vezes suas atividades os levaram a usar da magia. Este como todos os povos antigos, eles viviam da natureza, de onde tiravam seu sustento e também os remédios para as curas. Como viviam em constante movimento, estavam sempre expostos ao clima, e da própria natureza experimentavam – ou às vezes simplesmente “descobriam” - ervas medicinais. Por isso, várias vezes, foram acusados de magia negra e perseguidos por diversas denominações religiosas e políticas ao longo de sua história. Há relatos desse tipo de perseguição feito às “bruxas”, curandeiras levadas às fogueiras da inquisição apenas por conhecer ervas e chás curadores.
O que se sabe ao certo sobre os ciganos é que sempre foram um povo nômade. Também é certo o respeito que devotam aos idosos – símbolo da sabedoria, sempre consultados nos momentos difíceis – e às crianças, que são as responsáveis pela perpetuação da raça e seus costumes.
Ainda falando sobre as crianças ciganas, há lendas não confirmadas de que durante a Idade Média, algumas “donzelas” de boas famílias, que tinham cedido aos apelos de seus namorados, deixavam os bebês dessas relações ilegais nas florestas, providencialmente próximos aos acampamentos ciganos. Indesejáveis para suas mães biológicas e suas famílias, esses bebês eram acolhidos pelos ciganos em seus Clãs. Como as tais “donzelas” europeias eram um tipo racial diferente dos ciganos – brancas em contraposição aos morenos viajantes – há quem acredite que surgiu destas lendas a ideia de que os ciganos roubavam crianças para vender, mas existe também outra lenda que diz que estas mesmas famílias e donzelas muitas vezes procuravam os ciganos, pagando-os para levarem estes bebês para longe, assim não deixariam nenhum rastro, nada que pudesse trazer desonra para estas famílias e donzelas.
Hábitos e Costumes
A cultura cigana nos oferece bons exemplos, que infelizmente, nossa cultura não cigana (Gadjó) parece não levar em consideração devido à vida moderna. Dentre os mais importantes estão respeito e amor aos idosos, o amor e cuidados com as crianças e os fortes laços de família.
Para eles os velhos são a fonte viva de sabedoria e experiência, que sempre é consultada e acatada nas decisões do grupo. A criança representa a possibilidade da continuidade, a certeza de preservação de sua cultura e história, seu futuro. Pode-se dizer que nunca encontraremos um velho cigano abandonado em um asilo, ou uma criança cigana deixada em um orfanato ou jogada às ruas, quando vemos até hoje uma criança, busque com os olhos a volta a sua mãe estará por perto. Para os ciganos a vida tem um valor inestimável, e por isso uma cigana jamais fará voluntariamente, de bom-grado, um aborto, e para elas não gerarem filhos é como uma maldição.
O casamento, para o povo cigano, representa a garantia da preservação da cultura. Quando é anunciado um casamento formam-se caravanas nas estradas até a cidade onde se realizará a festa, antigamente a festa durava de 3 a 5 dias, hoje tem a duração de dois dias com muita dança muita comida e alegria. E que sempre são cuidadas pelos mais “velhos” do Clã, que recebem os convidados e determinam como devem ser os festejos – músicas, comidas, a recepção, cerimônias, trajes - e até quando e onde será a noite de núpcias dos noivos.
Essas festas são muito importantes para o povo cigano, uma oportunidade de rever velhos amigos e parentes distantes, estreitar laços familiares, conhecer as novas crianças das famílias e, é claro, comerciar entre si. É importante lembrar que enquanto as ciganas são conhecidas pelas suas artes divinatórias e suas magias, os ciganos são comerciantes tradicionais, sempre dispostos a uma boa negociação, principalmente entre seus pares. Sem contar que, como um povo essencialmente alegre e festeiro, os ciganos têm uma habilidade privilegiada para a música, e muitos deles se tornaram instrumentistas famosos.
O maior exemplo e mais conhecido O Grupo Francês Gypsy Kings.
No Brasil, muitos ciganos chegaram ao início da colonização, foram deportados e chegaram ao nosso território a partir de 1526, somente no inicio do século 17 que eles são convidados pela corte para divertirem os nobres com sua natural alegria e músicas, também participaram ativamente da expansão territorial país adentro. Foram ativos participantes das “Entradas e Bandeiras” que desbravaram o Brasil através de expedições pela terra e pelos rios. Aproveitaram sua natureza nômade, desenvolvida em andanças pela Europa e trouxeram experiência aos portugueses que precisavam “tomar posse” de um país. Um dos nossos antigos presidentes, que se envolvia pessoalmente com a abertura de estradas e criação de cidades país adentro, tinha origem cigana. Este presidente é Juscelino Kubitschek, o nosso presidente Bossa-nova, que fundou Brasília em forma de pássaro, idêntica às antigas cidades Egípcias, seu bisavô ROM Tcheco Jan Nepomuscky Kubitschek, teria sido um dos primeiros ciganos vindos da Europa Central.
Com o passar do tempo, as perseguições políticas e religiosas, muitos ciganos tornaram-se sedentários. Na antiguidade eles viviam em carroções e tendas, sempre em movimento; hoje moram em casas, mas sempre perto de suas comunidades. Mas isso não os impede, de terem um moderno trailer, onde toda a família se aloja e partem para um retorno às suas origens, viajando e acampando pelas matas.