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CIGANOS Iguais, mas diferentes

  • Carla Pinto de Oliveira
  • 18 de ago. de 2015
  • 3 min de leitura

Quais são os 3 principais grupos ciganos

Os ciganos estão presentes em quase todas as regiões do mundo. No entanto,

pode-se dizer que são povos e não apenas um povo, já que por razões históricas foram se diferenciando em relação à língua, a hábitos e práticas religiosas e costumes.

Estudos relatam que esses povos chegaram ao Brasil no início da colonização.

Há relatos da existência dos seguintes povos ciganos presentes em nosso território:

Rom ou Roma

Predominantes nos países balcânicos, principalmente na Romênia, falam romani, a mais conhecida das línguas ciganas, e são o grupo mais estudado pelos pesquisadores. São divididos em subgrupos: kalderash, matchuaia, curcira, entre outros. Consideram-se os “ciganos autênticos”.

Sinti

Também chamados de manouch, são mais numerosos na Itália, no sul da França e na Alemanha. Falam a lingua sintó, para alguns pesquisadores, uma variação do romani. Não há estudos que apontem a presença significativa desse grupo no Brasil.

Calon ou Kalé

Conhecidos por “ciganos ibéricos”, já que viviam na Espanha e em Portugal antes de se espalhar pelo resto da Europa e da América do Sul. São os criadores do flamenco e responsáveis pela popularização da figura da dançarina cigana. Falam a língua caló e são o grupo mais numeroso do Brasil.

As comunidades ciganas se encontram em quase todos os estados brasileiros.

Estimativas apontam para uma população de oitocentos mil a um milhão de

indivíduos, sendo uma das maiores do mundo.

Os ciganos têm agrupamentos significativos em municípios do Nordeste (Paraíba, Pernambuco, Bahia), do Centro-Oeste (Goiás), do Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e do Sul (Paraná).

Além da diferença de língua e cultura, há também diferenças do ponto de

vista econômico e social. Muitos ciganos sedentários têm empregos assalariados, em lojas, fábricas e/ou instituições públicas.

A maioria dos ciganos nômades e seminômades, por outro lado, tem

dificuldade para encontrar emprego qualificado. Eles costumam exercer trabalhos

autônomos, com atividades diferentes ao longo do ano. Nesses grupos, os homens

comumente atuam como vendedores ambulantes de produtos diversos como, tapetes,televisores, colchas, toalhas, jóias e bijuterias e até automóveis. Alguns desenvolvem atividades como tacheiros de cobre, violinistas ou artistas de circo. As mulheres, por sua vez, costumam vender panos de prato, roupas, além de lerem as linhas da mão e praticarem a cartomancia. Muitas também se dedicam à arte.

Mas, apesar de todas as divergências, algumas características permitem traçar um perfil comum a esses grupos. A primeira delas é o espírito viajante. Ainda que nem todos sejam nômades, os ciganos não se sentem pertencentes a um único lugar, estão sempre fazendo negócios com seus pertences, preferencialmente em ouro, que não perde valor e é aceito em qualquer nação (por isso a imagem cigana é vinculada ao uso do ouro como adereço, especialmente nos dentes ).

Eles não gostam de se submeter a leis e a regras que não sejam as deles. Prezam, acima de tudo, a liberdade. Assim, podem até se estabelecer por muito tempo em um mesmo lugar (como é comum entre os sinti). Mas, nesse caso, procuram morar em uma mesma rua ou, de preferência, em acampamentos onde possam preservar sua autonomia e manter a unidade familiar – outro aspecto primordial na vida cigana.

Ser cigano não depende do sangue – se o gadgé optar por se integrar ao grupo, automaticamente vira um deles.

À medida que se estabeleceram na Europa e nas Américas, os ciganos assimilaram cerimônias e ritos ocidentais. No Brasil, por exemplo, o catolicismo foi adotado pela maioria (é comum encontrar imagens da Nossa Senhora Aparecida nas barracas).

Mas algumas tradições permanecem fortes. A simbologia da morte é a principal delas. “Quando um cigano morre, há um processo de morte que se instala em todos os indivíduos do grupo”.

Os calon realizam rituais de cura assim que é diagnosticada a doença. Além de aceitar a medicina tradicional, eles recorrem a rezas, correntes de orações, garrafadas de ervas, chás e simpatias, geralmente ministradas por uma curandeira do grupo.

Durante o velório, o morto é o centro do ritual e, dependendo da posição que ele ocupava, a família se reestrutura: uma nova liderança terá que ser eleita. O corpo do falecido é lavado, untado com ervas aromáticas e vestido adequadamente. Esse momento de sofrimento e cumplicidade é importante para a identidade do grupo.

O primeiro grupo de ciganos,Calon a chegar no Brasil no século 15, deportados de Portugal. Os rom e os sinti vieram de forma voluntária a partir da 2a metade do século 19. Naquela época, eram comerciantes de cavalos e artesanatos. Hoje compram e vendem carros, televisores e toalhas. Os mais recentes, às vezes bem pobres, vieram do Leste Europeu após a queda da União Soviética. Alguns são sedentários, mas a maioria se mantém na vida itinerante. Todos sofrem com desconfianças e preconceitos.

A cidade de Sousa, no interior da Paraíba, é um caso clássico. Os cerca de 450 ciganos fixados há anos.

Fonte:Shuvani Rhose de Souza

 
 
 

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© 2015 por Brunno Gomes

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