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Somos todos milho e pipoca.

  • Carla Pinto de Oliveira
  • 6 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comes. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice, uma dureza assombrosa. Só elas não percebem. Acham que seu jeito é o melhor jeito de ser. Mas de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos Ð Dor. Pode ser que fogo de fora: perder um amor, um filho, um amigo ou o emprego. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, doenças e sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio, uma maneira de apagar o fogo. Sem o fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Imagino que a pipoca dentro da panela, ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não consegue imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que esta sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM!! E ela aparece completamente diferente, como nunca havia sonhado. Piruá é o milho que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente e se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura.O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminando o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo. E você, o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?

Fonte: Mônica Berezutchi


 
 
 

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